terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Resultado da promoção

True Random Number Generator Min: Max: Result: 33 Powered by RANDOM.ORG

Tivemos 58 participações e a vencedora é:
33- Radige Hanna Nascimento
Entraremos em contato pelo E-mail fornecido.
Em breve novas promoções.

Participantes da promoão

Participantes da promoção
1- Rosa maria


2 - Ci Lima

3 - Waldenia

4 - Tica

5 - Ms.Grazi

6 - Libia_carvalho@hotmail.com

7 - Nessa Iwata

8 - Vanessa Harue Iwata

9 - Vanessa Braunn

10 - Lenni Santana

11 - Josilene Lima

12 - rosamtatiana

13 - Aline Soares

14 - Thais Ferreira Pilotto

15 - JESSICA ALMEIDA

16 - Tassiane Sauerbier

17 - Jennifer Alles Sinhorelli

18 - lisane lucia kunzler

19 - Tatiana Ricciardi

20 - carolina pontes

21 - Nathália Brasil

22 - Thaysa Campos de Souza

23 - Helloíne Francielle

24 - Leticia Laís Carminatti

25 - Rosangila Romanin Takemoto

26 - ROSANA PASCHOALIM

27 - Leonice Campelo

28 - Sandra Alves.

29 - deisemat

30 - Carine Bastos

31 - Cassia Minko

32 -Tanandra

33 - Radige Hanna Nascimento.

34 - adriana santos

35 - HANNALU MENDES DE ANDRADE

36 - Edvania Soares

37 - REGINA CELLI SARAIVA DE CARVALHO

38 - Adriana Roos

39 - Ariane Baldassin

40 - Janine Simmer

41 - Thayrone Irineu

42 - mirian,

43 - Ander Ramos

44 - Clarine

45 - Daniela Martins

46 - Vanessa Monique

47 - Samantha

48 - l_em_dobro

49 - Heleny Ricci

50 - Maíra Souza

51 - Olinda Nere Dos Santos

52 - Jardim Valentina

53 - adriana ramires machado

54 - Maria Isabel

55 -Andreia Maia

56 - Suzana Moreira

57 - Leide

58 - Tânia Regina Schubert

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sai do forno o décimo quarto livro da Malluh Praxedes. “Aquele Olhar Fora do Corpo”

Tenho acompanhado o trabalho da Malluh desde o seu primeiro livro publicado em 1980 “Nascência”. A partir daí foi uma carreira que foi deslanchando rumo ao sucesso. Malluh fez de tudo nestes últimos 30 anos. Da Literatura às Artes Plásticas. Do Jornalismo a Produção Musical. Ganhou prêmios neste grande Brasil e no mundo. Divulgou a poesia feminina por todos os continentes que andou.

O seu primeiro livro de poesias que publicou foi prefaciado pelo saudoso Professor Mauro Mendes Vilella, membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais.

O Segundo, “Nua Manhã de mulher” (1983) foi prefaciado por nada mais nada menos que Roberto Drummond, que deu título ao seu prefácio: “No front de Malluh Praxedes”.

O terceiro, “No Verão desta Primavera” (1985), Veio indicado por Carlos Herculano Lopes.

O quarto, “Setilha” (1988), Tita Lima e Silva.

O quinto, “A Menstruação da Ascensorista” (1993) Sem prefácio.

O sexto, “Chico Mineiro – 10 anos de Casos & Comidas” (1994) G.O Simões – Faísca.

O sétimo, “Viu, Querida” (1995) Não teve prefácio, mas teve a ilustração de Fernando Fiúza e uma bela parceria nas artes e na vida.

O oitavo “Posso Interromper o Beijo” (1998)” Constância Lima Duarte

O nono, “Mulheres na Lina/Women on Line” (2000) José Antonio de Souza.

O décimo, “Se assim sou/Si así soy” (2000), Luiz peazê.

O décimo primeiro, “Suspiração” (2003)

O décimo segundo, “Beijos de Acender o Dia” (2005)

O décimo terceiro, “Qualquer Mulher tem um Diário Qualquer” (2008). Luiz Ruffato



Cada livro, um formato diferente. Sem padronização, assim como é a Malluh Praxedes, que nasceu em Pará de Minas e desde 1968 ganhou o mundo. A sua vida jornalística no Jornal Estado de Minhas, foi um presente para nós leitores, pela singularidade das suas entrevistas. Entrevistou artistas famosos e nos apresentou novos talentos. Característica está que marca a sua vida. Sempre apoiar o novo, o iniciante.

Assim é Malluh Praxedes: “Aquele Olhar Fora do Corpo”, mas dentro da alma.

Lançamento do livro: Aquele Olhar Fora do Corpo, de Malluh Praxedes, com ilustração de João Diniz, será no dia 23 de novembro, a partir das 19 horas no BDM Cultural (Rua da Bahia, 1600, Belo Horizonte - MG).

Gostaria de...

Às vezes eu sinto uma vontade grande de conviver mais de perto com os meus ídolos.

Gostaria de Rezar junto com Adélia Prado, numa grande catedral ou aos pés de uma Santa. Recitar um dos poemas oração que só ela sabe fazer.

Gostaria de passear no meu quintal com o poeta Manoel de Barros enquanto ele traduziria para mim o som do meu silêncio.

Gostaria de passar um “Dia das Mães” com a Déa Januzzi, para chorarmos juntos a dor de ser órfão.

Gostaria de passar uma tarde com o Chico Buarque ouvindo a última música que ele compôs ou falando do seu último romance.

Gostaria de passar uma manhã de domingo junto da família Pato Fú, ouvir a Fernandinha cantando e contando histórias.

Gostaria de sair por aí, a cem quilômetros por hora com o Rubinho. E ficar falando sobre velocidade...

Gostaria de poder novamente frequentar a casa da Malluh Praxedes e ficar falando sobre poesia, música, perdas e conquistas.

Gostaria de...

domingo, 14 de novembro de 2010

“Todo artista tem de ir aonde o povo está”

Mas comigo é diferente, eu ando atrás dos meus ídolos. Muitas vezes já saí de Belo Horizonte para ver um espetáculo em São Paulo ou Rio de Janeiro. Mas hoje foi diferente, saí de Belo Horizonte para ir ao Teatro Municipal Manoel Franzen de Lima em Nova Lima, para ver o espetáculo Música de Brinquedo com o PATO FÚ. Na verdade, eu e a minha esposa aceitamos o convite do meu Genro e da minha filha para ir a este espetáculo.

Eu fico feliz porque a diferença de idade entre nós, não impede que curtamos o mesmo som. Eles gostam dos meus ídolos e me ensinam a gostar dos ídolos deles. Foi assim com o PATO FÚ. Ao me apresentarem a música: “Sobre o Tempo” Não imaginaram que eu iria curtir o PATO FÚ como eles.

Mas foi pela voz calma da Fernandinha Takai que eu me apaixonei. E aos pouco descobri as coisas lindas que ela fazia. E comecei correr atrás. E descobri o vasto repertório que ela tem. Da carreira com o PATO FÚ à carreira solo, cantando Nara Leão. Que coisa Linda! E a incursão pelas escritas e as crônicas publicadas no Jornal Estado de Minas, às Terças-Feiras.

Hoje foi a vez de “Música de Brinquedo”. Que Maravilha! Que Simplicidade! Que Arte! Os brinquedos sonoros de crianças ganham vida e se tornam membros de uma orquestra. Aquelas músicas que a gente pode chamar de músicas para toda a vida, ganham uma roupagem infantil e encantam crianças e principalmente adultos.

Não dá para falar mais. Se você tiver oportunidade, vá assistir ao espetáculo, compre o CD e experimente a emoção de ver e ouvir o som dos brinquedos de seus filhos sob a regência do PATO FÚ.


domingo, 19 de setembro de 2010

Ipê Amarelo

Aprendi hoje uma palavra nova: procrastinação que do latim significa “postergar, atrasar, demorar, adiar, delongar”.

Já faz tempo que quero escrever alguma coisa sobre os Ipês que afloram nesta época do ano, pré anunciando a primavera. Mas a procrastinação não permitiu. Somente agora ao ler um texto de Rafael Tonon na revista Vida Simples, que fala da procrastinação, que tomei coragem de abrir o Word e falar do meu amor pelos Ipês.

Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a Árvore Nacional e o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional.

A flor do Ipê é tão efêmera quanto à Cerejeira do Japão que é tão efêmera quanto à vida. Talvez seja por isso que gosto dos Ipês que encontramos em todas as praças ruas e parques das nossas cidades e também nos campos e florestas deste imenso Brasil.

São várias as cores do Ipê: Ipê roxo, Ipê branco, Ipê rosa e o Ipê amarelo.


Minha mulher quando solteira plantou em sua casa um ipê Amarelo. Quando ele floresce e caem as suas flores, forma um tapete amarelo no chão.

Nesta época do ano olho mais para o horizonte para ver os Ipês. E quando vejo um, escuto uma música que logo vem à minha memória: O ipê é tão belo / Nada se compara a ele / Parece assim / Sorvete com confete e marshmallow / Mas é mais que cor e sabor / Ele é singelo. / Mas singelo é pouco / pro Ipê Amarelo / Não é a mais bela flor / Mas ele é belo / Parece suspiro / O Ipê Amarelo. / Doce de coco também é pouco / É mais um pouco / O Ipê Amarelo / Parece um castelo colorindo a colina / A crina de um cavalo sob o sol de rapina. / É o intervalo entre a estela e a purpurina / É algo que não se denomina / Mistério e nobreza de fogueira acesa / Um rei no seu trono / Uma realeza. / Fosse animal, seria um camelo / Se mineral, ouro em farelo / Mas nada é tão claro / Nada é igual ao Ipê Amarelo / Nada é igual esse tal / De Ipê Amarelo / Nada é tão claro / Nada é igual.

Já pedi para ser cremado quando eu morrer e para jogarem as minhas cinzas no Mediterrâneo, mas podem colocar também as minhas cinzas para adubar um belo pé de Ipê Amarelo, assim florescerei uma vez no ano em cada flor de Ipê.

domingo, 12 de setembro de 2010

Colecionador ou ajuntador de coisas

Quando eu era criança e bota “era” nisso, meu irmão mais velho colecionava coisas. Caixas de fósforos de propaganda dessas que a gente ganha em hotel ou Motel, marcas de cigarro e outras coisas. Meu cunhado colecionava moedas antigas. Acho que vem daí esta mania que tenho de juntar coisas e chamar de coleção. Coleciono Lápis de propaganda. Hoje um pouco mais raros, mas com o advento dos grandes espetáculos de teatro e música eles estão de volta. Coleciono Notas & Moedas, nacionais e internacionais. Coleciono exemplares do livro “O Pequeno Príncipe” publicado no mundo. Quando surgiu o Cartão telefônico com as estampas bonitas e a história contada através das publicidades, comecei a juntar. É incrível como uma estampa de uma nota ou a face de uma moeda, pode nos remeter a datas históricas. Basta deixar a curiosidade eclodir. Você pega uma moeda e vê cunhada em uma das suas faces a figura de um soldado ou uma efígie, aí começa a história: Quem era essa pessoa que mereceu este destaque? Juntar coisas também é cultura. Só é. Os selos, os livros raros, os autógrafos de pessoas famosas. Agora descobri o Ex-líbris. Que legal! Mas uma fonte de lazer. Folhear livros à procura de Ex-líbris. Já tenho alguns. Eu gosto mesmo de juntar coisas e amigos para admirarem as coisas que junto.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Convite: Laçamento do livro da Malluh Praxedes

No dia 10 de setembro de 2010, sexta-feira, às 20h, na Casa da Cultura, Praça Torquato de Almeida, 26, em Pará de Mina. A escritora e Jornalista Malluh Praxedes estará lançando o seu livro: Qualquer Mulher Tem um Diário Qualquer.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A voz do dono, o dono do livro

Ex-líbris
Recentemente o meu amigo Osmar Mendes Junior, no seu Twitter, sugeriu que deveríamos redescobrir os ex-líbris. Junto com o seu post colocou um link para um vídeo no Youtube ( http://youtu.be/My1fhGGREIc. ) com explicações simples e modelos de ex-líbris.

Foi o suficiente para aguçar a minha curiosidade sobre o tema. Primeiro busquei informações no Santo Google, e depois fui revirar a minha biblioteca para ver se encontrava algum. Ledo engano. A minha biblioteca foi toda adquirida por mim e por minha esposa (quando fui pedi-la em casamento simplesmente disse: Vamos juntar os nossos livros e discos em uma só estante?) e outros foram presente dos nossos amigos. Logicamente nenhum livro da minha biblioteca poderia conter um ex-líbris.

Mas esta busca teve uma grande utilidade, além de me obrigar a limpar cada exemplar que manuseava. Normalmente a limpeza feita pela faxineira se reduz a passar o aspirador de pó. Encontrei várias coisas: Primeiro: exemplares raros como o Homem Que Calculava de Malba Tahan 10ª edição de 1946.....
Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus (diário de uma favelada) edição de 1963. Na época foi uma revolução.
 Além de vários livros com dedicatória dos autores, como: Adélia Prado, Murilo Rubião, Wander Pirole e dos saudosos amigos Roberto Drumond e Osvaldo França Junior e muitos outros.

Para minha surpresa, em uma coleção chamada Biblioteca de Seleções (Seleções do Reader’s Digest) edição de 1957, encontrei ex-líbris prontos para serem usados, bastava colocar o meu nome. Veja figuras abaixo.

Agora tenho mais duas atividades ligadas ao ex-líbris para fazer: Primeiro criar o meu ex-líbris (talvez em forma de carimbo seja mais fácil.) e ficar atento quando em visitas aos sebos, ver se encontro algum para início de uma coleção.

Obrigado amigo Osmar por me induzir a preencher parte do meu tempo com coisas prazerosas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Coração de Mãe

A primeira leitura de domingo e leitura obrigatória, é a crônica: Coração de Mãe de Déa Januzzi, publicada no Jornal Estado de Minas, caderno Bem Biver. É o meu despertar dominical. Entre fatias de pão, suco e café, devoro a crônica, que sempre me fazem viajar nos meus pensamentos.

A cada domingo uma reflexão diferente, mas sempre, com o olhar materno, aquele olhar que acaricia e educa.

Emociono-me a cada leitura, pois o cotidiano comum relatado em cada crônica me faz lembrar sempre que não somos originais. O meu dia a dia é igual ao seu. As variáveis são muitas, mas a essência é a mesma.

E é isso que a Déa retrata em suas crônicas dominicais que me emocionam, me fazem chorar, levantam a minha moral.

Déa Januzzi tem um livro publicado com o mesmo título das suas cônicas publicadas aos domingos “Coração de Mãe”. Foi publicado em 2003 pela Editora Leitura é uma coletânea das crônicas publicadas a aquela época.

Agora eu vou procurar o livro para comprar. Pois deve ser muito bom.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Cabana

Gosto sempre de lembrar que não sou nenhum crítico literário, nenhum intelectual, ou gênio. Sou uma pessoa comum que gosta das coisas da vida e gosta de falar das coisas que gosta. Hoje resolvi falar sobre: A Cabana livro de William P. Young editado no Brasil pela Editora Sextante.


O livro conta a história de um pai que perde a filha, durante um acampamento, apesar de nunca ter sido encontrado o corpo, temos a evidência de um sequestro acompanhado de uma morte brutal. A única evidencia deste crime é encontrada numa cabana no meio da floresta, onde se percebe manchas de sangue e pedaços da roupa da criança.

Após quatro anos de sofrimento, o pai, um dia, recebe um bilhete assinado por “DEUS” convidando-o para passar um fim de semana na cabana.

O Encontro com a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, é o ápice do livro.

A forma como o autor nos apresenta cada membro da Santíssima Trindade, é original. A explicação do sentido da vida através do relacionamento é uma coisa nova.

Eu gostei! Indico. Vale a pena ler sem preconceitos. Deixar entrar pelas artérias até chegar ao coração, onde encontraremos a explicação para tudo.

A Cabana. Autor: William P. Young. Editora Sextante. 240 páginas. Preço médio de R$20,00.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lembranças da Escola

Primeiro dia de aula, mamãe me levou à porta da escola, que era mais ou menos a dois quarteirões da minha casa. Arrumou a gola da minha blusa branca, que fazia parte do uniforme, (ainda me lembro do elogio da professora pela brancura da blusa e da etiqueta pregada no bolso com o nome da escola: “Grupo Escolar Carlos Góis”), Mamãe sorriu para mim olhando-me com o coração e com as mãos firmes me mostrou o caminho que a partir daquele dia eu tinha que seguir.
Tudo era novo! A pasta, a merendeira o material escolar. O caderno de caligrafia, o estojo, o lápis.
Lembro-me bem da primeira professora, Dona Marta, segurando a minha mão para desenhar as primeiras letras. Ensinado o Be a ba.
Lista de material escolar: O caderno “Avante Escoteiro Sempre Alerta”, que tinha o hino nacional na capa, Lápis John Faber, a caixa de lápis de cor, o estojo, a borracha, a caneta Parker 51, as canetas-tinteiro tinham como acompanhantes os mata-borrões e os tinteiros, em formato de losango, com a famosa tinta "azul real lavável da Parker Quink" e suas opções (vermelho verde e o preto).

As Cartilhas onde aprendemos a ler: A dos três porquinhos e a da Lili com o texto assim: Lili! Olhe para mim, eu me chamo Lili, eu comi muito doce, vocês gostam de doce? Vocês gostam de doce de abacaxi?
Lili era muito bonita em seu vestidinho azul com um barrado de tiras bordadas. Com mangas bufantes. Lili tinha os cabelos loiros presos por três laços de fitas.
A segunda lição: Lili em seu piano. Lili toca piano Lili toca assim dó, ré, mi, fá... Suzete é a cachorrinha. “Toca Lili, toca dó ré mi, fá...”.
A cozinheira era outra lição que prendia a atenção da meninada: Olhem a cozinheira! A cozinheira é a Lili. Lili gosta de doce. Ela faz doce de abacaxi. - Joãozinho você quer doce? Você gosta de doce de abacaxi? La estava o Joãozinho na beira do fogão.
Tinha Joãozinho e Totó no seu automóvel.. Eu me chamo Joãozinho.Este automóvel é meu. Meu automóvel faz assim: fon-fom! Totó passeia comigo. Totó é o meu cachorrinho, Você quer passear no meu automóvel, Lili?
Tinha lição das meias de Lili, tão bonitas, estava furada!
As bonecas de Lili: Lalá, Bebê, Clarinha. Lili dizia dome assim nã nâ nã. Eu também vou dormir.
Os amiguinhos de Lili eram o canarinho Lu, a gatinha Pintada, o gatinho Ron-ron. A cachorrinha Suzete, a patinha Tetéia. Joãozinho também tinha seus amiguinhos: Totó, o cachorrinho, O papagaio Dudu, a vaquinha Rosada, o burrinho Mimoso, o galinho cocoricó o pintinho xexéu. Era um livrinho encantador porque todos passeavam no campo, todos os bichos emitiam seus sons, tinha suas comidinhas, suas casinhas. Aprendíamos brincando.
Já que aprendemos a ler, viva a leitura! O nosso primeiro livro que fazia parte do currículo foi “As mais belas histórias” (uma coleção de quatro livros, um para cada ano escolar) de Lucia Casasanta que povoou com poemas, contos, relatos, histórias clássicas, o nosso imaginário literário. O poema a Fonte e a Flor de Vicente de Carvalho nos emocionavam:
"Deixa-me, fonte” – Dizia/ A flor, tonta de terror. /E a fonte, sonora e fria, /Cantava, levando a flor. "Deixa-me, deixa-me, fonte!" /Dizia a flor a chorar: / “Eu fui nascida no monte... /” Não me leves para o mar". /E a fonte, rápida e fria, /Com um sussurro zombador, /Por sobre a areia corria, /Corria levando a flor. / “Ai, balanços do meu galho, /” Balanços do berço meu! /Ai, claras gotas de orvalho /Caídas do azul do céu!” /Chorava a flor, e gemia, /Branca, branca de terror, /E a fonte, sonora e fria /Rolava,levando a flor. / “Adeus, sombra das ramadas, /cantigas do rouxinol! /Ai, festas das madrugadas /Doçuras do pôr do sol! /” Carícias das brisas leves, /Que abrem rasgões de luar... /Fonte, fonte não me leves, /Não me leves para o mar...”.


A história que eu mais gostava:

JOÃO JILÓ
Era uma vez um caçador que saiu para caçar numa sexta-feira da Paixão.
Todo mundo falava com ele assim.
— Não vá hoje, não, João Jiló.
Na sexta-feira da Paixão, a gente não caça.
— Comigo não tem nada disso! — respondeu João Jiló.
E foi.
João Jiló tinha um cachorro feio e magro.
Quando João Jiló chegou ao mato, o cachorro desapareceu.
João Jiló ficou sozinho, sozinho.
João, Jiló andou muito, virou todo o mato e não viu nada, nem um passarinho!
De repente, João Jiló ouviu um assobio fino.
João Jiló foi acompanhando o assobio e viu um galo feio, em cima de uma árvore.
O galo tinha os olhos vermelhos e arregalados.
O galo viu o caçador e falou:
— Ai! João Jiló! Atire devagar, João Jiló, porque dói, dói, dói, João Jiló!
João Jiló atirou e o galo caiu morto.
João Jiló foi embora com o galo para casa.
Ia comê-lo assado.
Chegando a casa, João Jiló começou a depenar o galo.
O galo, então, começou a falar:
— Ai! João Jiló! Depene devagar, João Jiló, porque dói, dói, dói, João Jiló!
João Jiló depenou o galo bem depenadinho e temperou-o, pôs o galo na panela e pôs a panela no forno bem quente.
O galo, então, começou a falar assim:
— Ai! João Jiló! Abra a porta para eu sair, João Jiló, porque dói, dói, dói, João Jiló!
João Jiló não se incomodou. Ficou bem quieto.
De repente, João Jiló começou a ouvir um barulho, vindo do forno:
— zzz! zzzz! zzz! zzz! zzz! zzz! zzzz!
E o galo falou:
— Saia daí, João Jiló! Eu vou fugir, João Jiló, porque dói, dói, dói, João Jiló!
E a porta do forno abriu-se de repente.
O galo saiu voando pela porta da cozinha afora.
Atravessou a horta, atravessou a rua, atravessou a cidade e foi ficar espetado na torre da igreja.
De lá o galo não saiu ainda, para castigo de João Jiló...


Quase sempre e nas datas comemorativas tínhamos o momento cívico em que tínhamos que cantar os hinos, com todos os meninos enfileirados no pátio da escola e um era escolhido para fazer o estiramento da Bandeira do Brasil entre os hinos que cantávamos o que eu mais gostava era o Hino Da Independência Brasileira, que tinha a letra de Evaristo da Veiga e Música de: D. Pedro I. Era assim:
Já podeis, da Pátria filhos,/ Ver contente a mãe gentil;/ Já raiou a liberdade/ No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!/ Longe vá... temor servil:/ Ou ficar a pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava/ Da perfídia astuto ardil.../ Houve mão mais poderosa:/ Zombou deles o Brasil./
Brava gente brasileira!/ Longe vá... temor servil:/ Ou ficar a pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,/ Que apresentam face hostil;/ Vossos peitos, vossos braços/ São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!/ Longe vá... temor servil:/ Ou ficar a pátria livre/Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiro,/ Já, com garbo varonil,/ Do universo entre as nações/ Resplandece a do Brasil./
Brava gente brasileira!/ Longe vá... temor servil:/ Ou ficar a pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil.
Quando saíamos da escola em bando cantávamos a paródia deste hino que era mais ou menos assim: Japonês tem 4 filhos/ Todos 4 aleijados/ Um é cego/ O outro é mudo/ Os outros dois São barrigudos/ 1 é cego/ O outro é mudo/ 1 é cego/ O outro é mudo/ E os outros dois são barrigudos/ Viva os quatro japoneses....

O momento cívico nos remetia aos momentos políticos da época, participávamos dos comícios que havia no nosso bairro. Era uma festa, tinha show com artistas populares e ganhávamos alguns brindes dos candidatos e fazíamos as nossas escolhas, Na campanha do Janio Quadros ganhamos um broche (alfinete de gravata) no formato de uma vassourinha, ele iria varrer a casa. No Rádio ouvíamos o jingle composto por Maugeri Neto: varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!
O seu opositor era o General Lote, o seu broche (alfinete de gravata) era uma espada, e o seu jingle composto por era assim: De leste a oeste, de sul a norte, /Na terra brasileira, É uma bandeira o Marechal Teixeira Lott”.
No Governo de Minas o candidato era o Magalhães Pinto e o seu broche (alfinete de gravata) era um pintinho. Era uma farra participar dos comícios e ganhar os brindes.

sábado, 8 de maio de 2010

DOMINGO

O Domingo tinha pouca brincadeira. Era dia de Missa. A igreja mais próxima era a do Senhor Bom Jesus. Íamos à Missa pela manhã, a missa das crianças, antes da missa havia o catecismo, a família Moisés era responsável pelo catecismo. Tínhamos uma cadernetinha onde era marcada a nossa presença com a catequista colando um santinho no domingo correspondente. Só fazia a primeira comunhão quem não faltasse às aulas e tivesse a caderneta repleta de santinhos, comprovando que não houve falta. Era nas aulas de catecismo que aprendíamos os valores. Os dez Mandamentos, os mandamentos da Igreja, o temor a DEUS e o medo do Inferno, Inferno medieval, que não nos permitia nenhum pecado nem por pensamentos e muito menos por ações.
A missa era rezada em latim, tínhamos o missal que era bilíngüe, em latim e português, assim podíamos entender a missa que era rezada pelo padre Heli de oliveira Mendes, de costa para nós e de frente para o santíssimo.
Aprendemos muito com o padre Heli. Sabíamos de cor (de coração mesmo) O Pai Nosso e a Ave Maria em latim: Pater noster, Qui es in caelis, sanctificetur nomem tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.Panen nostrum quotidianum da nobis hodie. Et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostri.Et ne nos inducas in tentationem: sed libera nos a malo. Amen.
Ave, Maria, gratia plena, Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Jesus.Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus nunc et in hora mortis nostrae. Amen.
Nas festas religiosas havia as procissões, os homens seguiam de um lado e as mulheres de outro. Filhas de Maria, Congregados de Mariana e Vicentinos. Tinha a banda de música. Na sexta feira da paixão, a procissão com o esquife do Senhor Morto, era seguida com todo o respeito e silêncio. A dor da paixão e morte do senhor tinha cheiro de manjericão.
Mas domingo também era dia de feira na rua garça. Dia de jornal, dia de macarronada com galinha e principalmente dia de CINEMA.
Todo bairro tinha o seu cinema. Freqüentávamos nas tardes de domingo o Capitólio ou o São Cristovão e nos deliciávamos com as matines, com os filmes de Tarzan, os seriados que sempre acabava no melhor momento, nos deixando doidos que chegasse o próximo domingo para vermos a continuação.
“Os perigos de Nyoka” filme de aventuras na selva com Kay Aldridge que sempre termina com ela em uma situação de perigo. E na tela aparecia escrito em ingês “to be continued”
Meu pai era surdo, mas era alfabetizado, então a gente escrevia bilhetes para comunicar com ele. Ele nos levava ao cinema para ver os filmes estrangeiros, por causa do letreiro. Minha mãe morreu sem aprender a ler, com ela a gente só via os filmes nacionais.
Alem dos cinemas de bairro, o São Cristovão, o Capitólio, São Carlos. Havia os do centro da cidade: Brasil, Arte Palácio, Acaiaca, Metrópole, Guarani, Santa Tereza, Odeon... e tantos outros templos e templos da sétima arte e hoje “templos da salvação”.
Tenho saudades do tempo que eu não era órfão.

domingo, 2 de maio de 2010

BRINCADEIRAS

Ao lado da nossa casa havia um campinho (lote vago) onde a criançada jogava futebol. Eu nunca gostei de futebol, talvez porque eu era muito ruim, ninguém me escolhia para jogar no time dele.

Na época dos ventos próximo do mês de agosto, a brincadeira era de soltar papagaio (Pipa). O vento levava os nossos papagaios e sonhos para o ar. A manivela que papai fazia causava inveja nas outras crianças, assim papai fazia manivelas para eles também. Os papagaios eram feitos de um papel tipo seda e quando eles voavam muito longe, voltam manchados porque tinham atravessado nuvens.

Nas noites de verão brincávamos na rua, formávamos uma grande roda e cantávamos alegres até altas horas. Nas brincadeiras de roda, a menina mais bonita sussurrava canções de amor nos meus ouvidos e eu sonhava com ela se entregando nos meus braços e abraços.

Se essa rua/ Se essa rua fosse minha/ Eu mandava/ Eu mandava ladrilhar/ Com pedrinhas/ Com pedrinhas de brilhante/ Só pra ver/ Só pra ver meu amor passar. Nessa rua/ Nessa rua tem um bosque/ Que se chama/ Que se chama solidão/ Dentro dele/ Dentro dele mora um anjo/ Que roubou/ Que roubou meu coração. Se eu roubei/ Se eu roubei teu coração/ Tu roubaste/ Tu roubaste o meu também/ Se eu roubei/ Se eu roubei teu coração/ Foi porque/ Só porque te quero bem.

Em outras noites brincávamos de Rouba Bandeira: Nós dividíamos em dois grupos de igual número. Em cada campo, dividido também em dois, colocávamos duas bandeiras (uma de cada lado), no fundo dos campos. Cada grupo devia tentar roubar a bandeira do lado oposto, sem ser tocado por qualquer jogador daquele lado. Se fosse tocado ficava preso e como uma estátua, colado no lugar. Os adversários poderiam salvá-lo, bastando ir até o campo e tocar o companheiro. O lado que tivesse mais meninos presos conseguia roubar a bandeira. Vencia quem pegasse a bandeira primeiro independente se tiver conseguido colar os adversários.

Bentes Altas: Com uma bola, o jogador tenta derrubar a casinha (um tripé feito de taquara ou galhos de árvore) do outro. Este, com um taco de madeira, tenta bater na bola e atirá-la para longe. Ganhava ponto quem atingisse o objeto, derrubando-o ou defendendo a casinha.

Chicotinho Queimado: Uma criança escondia o chicotinho queimado, geralmente uma correia velha ou qualquer objeto escolhido, enquanto as demais tapam os olhos. Quando a criança que estava escondendo acabava dizia: _ "chicotinho queimado cavalinho dourado! " Depois, todas iam procurar o chicotinho. Se uma criança estivesse mais distante, a que escondeu o chicotinho dizia que ela está fria. Se mais perto, dizia que estava quente. Dizia também que estava esquentando ou esfriando conforme a que estivesse mais próxima se distanciava ou se aproxima do chicotinho queimado. “Estar pelando" é estar muito perto do chicotinho. A criança que achava o chicotinho queimado saia correndo batendo com ele nas demais (no caso da correia velha). E é ela que ia escondê-lo da próxima vez.

Muitas outras brincadeiras faziam parte dos nossos dias: Queimada, Barra Manteiga, Finca, Amarelinha, Bolinha de Gude, Cabra cega, Passa anel, Pular Corda, Pêra, Uva ou Maçã, Boca de Forno, e “Nego fugido pego!”. A gente brincava assim: uma turma ia capturar o nego fugido, mas o cara que era nego fugido ia para o outro bairro! E saía aquela patrulha pra capturar o nego fugido; ou então você era o nego fugido e ia se esconder o mais longe possível, porque se pegavam o nego fugido, era cascudoque não acabava mais, então você não queria ser pego pela turma. Tinha também a brincadeira do pau de bosta, que era maravilhosa! Pau de bosta é o seguinte: você pegava, por exemplo, cocô de cachorro e botava num pedaço de pau. Aí dois companheiros fingiam que estavam brigando. “Eu vou brigar com você!” “Não, que eu vou te dar porrada!” Aquele negócio sério. Aí vinha o bobo, o incauto, chegando. “Você briga comigo daqui a pouco, Porque você está com este pau na mão.” “Não. Eu não vou brigar é agora mesmo. E pedia para o que chegou: Segura para mim!” O incauto segurava para o cara, e o cara puxava... Sujando a mão do bobo, de bosta.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Cheiros e Gostos

Quando a gente, do quintal, sentia cheiro de bolo assando, era prenúncio que iríamos passear. Mamãe quando ia à casa das cunhadas, sempre levava um bolo para o café da tarde.

As quitandas da minha infância perfumam as minhas memórias. Empadas, daquelas que se desfazem dentro da boca, eram motivos de travessuras da criançada para raspar o resto da massa que não tinha ido para a forma, cada um com uma colher esperando mamãe liberar a vasilha.
Dona Siriaca vendia bolinho de feijão, quando a avistávamos chegando ao princípio da rua, corríamos gritando para que mamãe comprasse para nós, era uma festa!

Nos aniversários, nas novenas, nas festas juninas e em qualquer comemoração os quitutes estavam presentes: o pão de queijo, o biscoito de polvilho, a broa de milho, a queijadinha, o quindim, o brigadeiro, a goiabada cascão e todos os doces em compota, como doce de laranja da terra, doce de batata doce, doce de leite, arroz doce, doce de fígo.

Quando ando hoje pelo Mercado Central os cheiros das frutas me transportam para os quintais em volta da minha casa.
Na casa da Dona Melinha tinha um pé de Marmelo que tanto nos dava o sabor da fruta, quanto a dor da surra com a sua vara.
O abacateiro que eu sempre cantei nos meus versos, dava sombra ao chão que pisávamos e também um delicioso fruto que comíamos de várias formas.
Na casa da Dona Gabriela tinha um pé de manga, na casa da dona Ifigênia tinha uma parreira de uva, que cacheava perto do natal.
Na minha infância não tinha muros, todas as casas eram no máximo cercadas com arame farpado.
Então corríamos livres por toda a vizinhança e nos fartávamos de todos os frutos da região: Laranja, Goiaba, Banana, Ameixa, Mexerica, Mamão.
Tinha também um canavial em cada lote, três ou quatro pés de cana, que como eram grandes, para nós pequenos, era um canavial. Alem de chupar cana também éramos agraciados com a garapa.
Tinha uma fruta rara, que a gente ganhava só quando estávamos acometidos daquelas doenças comum da infância: Catapora, Sarampo, Coqueluche, Varicela: A Maçã, fruta que era importada da Argentina e vinha envolta num papel de seda roxo. Sempre que adoecíamos alguém vinha visitar e trazia a Maçã. Por isso este cheiro de remédio, me invade a memória quando como Maçã.
A Amora e a Pitanga dividíamos com os pássaros, que povoavam os nossos quintais: Sabiá, Bico de lacre, rolinhas, pardais, beija-flor, Azulão, Canário Belga, Canário Chapinha, Tiziu, Bem-Te-Vi.

Na nossa casa havia um alpendre, uma espécie de varanda, que dava entrada para sala principal da casa, as paredes eram pintadas até a metade e a parte superior era pintada com um afresco qualquer. O chão era de cimento vermelho, lembro-me das minhas irmãs encerando com o escovão fazendo o chão ficar como espelho. As samambaias choronas penduradas no teto vinham até o chão. Neste espaço eu brincava com os carrinhos feitos de caixa de fósforo, ou burrinhos e vaquinhas feitas de bucha que dava na cerca.
Às vezes esta brincadeira era interrompida pelo barulho que vinha da rua.
O congado.
De longe ouvíamos o som dos tambores, as caixas, pandeiros, gungas nos pés e parangones nas mãos e corríamos para ver o congado passar com as pessoas cantando e bailando, manifestando a sua fé, prestando homenagem a Nossa senhora do Rosário, São Benedito e os santos da devoção de cada um.
No mês de agosto era festejado o mês de Nossa Senhora do Rosário. Havia o encontro de congados e festa durante todo o dia, uma festa bonita e cheia de comidas.

No mês de junho havia as quadrilhas.
Nos meses de abril e maio a gente já começava a ensaiar. Tinha as quadrilhas das crianças e dos jovens.
Era o mês da canjica, do pé de moleque, do amendoim torrado, dos fogos! AH! Os fogos! Brincávamos com bombinhas, só os adultos podiam soltar foguetes. Junho era o mês de festas.
Como era bonito ver as minhas irmãs vestidas para a quadrilha.
Os vestidos rodados eram lindos. Toda menina vestida para dançar quadrilha ficava bonita.

Cheiro da Memória

Vou iniciar a publicação de vários textos, que pretendo um dia, fazer virar um livro. São textos que remetem à minha infância. Lembranças. Se gostarem digam que gostaram.


Boa Leitura!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A AVENIDA Q

A AVENIDA Q é a história de Princeton, um jovem recém formado, de olhos vivos e brilhantes que se muda para New York com sonhos grandes e pouco dinheiro no banco. Descobre logo que a única vizinhança em pode alugar uma moradia é na Avenida Q e os vizinhos parecem ser bem agradáveis.


Há Brian, o comediante desempregado e sua noiva a terapeuta Neuza (seus amigos a chamam de JapaNeuza); Nicky o esperto e bom de coração e seu companheiro de quarto Rod, um bancário, super conservador que parece ter alguma espécie de segredo; há ainda um viciado do Internet chamou Trekkie, o monstro e uma linda professora-assistente do jardim de infância chamada Kate. E você acredita que o superintendente do edifício é Gary Coleman?!? (Sim, aquele que fez muito sucesso na TV quando era criança).

Juntos, Princeton e seus novos amigos esforçam-se para encontrar trabalho, o seu par e a finalidade de suas vidas.

Belo Horizonte: Teatro Palacio das Artes - Apresentações de 15 à 18 de abril

sábado, 6 de fevereiro de 2010

MORTO ATE O ANOITECER

A onda dos vampires voltou, e de uma forma diferente eles retornaram à vida pública, convivendo pacificamente com os humanos, bebendo sangue sintético e sem causar aquele medo que tínhamos na infância.
E este é o tema de “Morto até o anoitecer” Livro de Charlaine Harris que virou série, sendo este o primeiro da saga “Sangue fresco”.

Virou também um seriado de TV: True Blood.

Eu gostei. Agradeço Ao Jornal Estado de Minas que me presenteou.

MORTO ATE O ANOITECER

Harris, Charlaine

Editora : EDIOURO

Tradução: Chico lopes

ISBN : 8500025565

ISBN13 :9788500025563

Páginas : 316

Publicação : 2009

Edição : 1º

Encadernação : BROCHURA

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Hanami – Cerejeiras em Flor (KIRSCHBLÜTEN – HANAMI)


Eu fico com raiva quando vejo coisas assim:


Hanami - cerejeiras em flor

Depois da morte da esposa, homem tenta realizar a viagem dos sonhos dela. 14 anos

Como alguém pode acreditar que uma chamada assim possa atrair alguém para o cinema?

O Filme não é nada disso, O filme fala sobre a efeméride, sobre a brevidade das coisas da vida. È uma reflexão sobre o desejo, sobre o sentido da vida. O filme tem como pano de fundo o Monte Fuji, mas poderia ser a Torre Eiffel, na França ou A Catedral de Milão na Itália ou até mesmo o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, qualquer objeto de desejo. È um daqueles filmes que quando começa, o público está agitado, riem, e aos pouco os soluços começam a serem ouvidos e quando acaba a maioria sai em silêncio, refletindo. Eu gosto de filmes assim, que me incomoda me faz refletir, chorar. E Hanami - cerejeiras em flor cumpre este papel. Faz a gente sair do cinema pensando em nova atitude diante da vida, afinal, como as flores das cerejeiras e a mosca que faz uma grande ponta no filme, a vida é efêmera e o paraíso é aonde a gente é feliz.

Título orignal: Kirschbluten – Hanami

Origem: Aemanha / Frana, 2008

Direção: Doris Dorrie.

Roteiro: Doris Dorrie

Produção: Harald kugler e Molly Von Fursenberg.

Fotografia: Hanno Lentz.

Edição: Frank C. Muller e Inez Regnier.

Música Claus Bantzer.

Elenco: Elmar Wepper, Hannelore Elsner, Maximilian Brückner, Nadia Uhl, Birgit Minichmayr, Felix Eitner, Floriane Daniel, Celine Tanneberger, Robert Dôhert, Tadashi Endo, Sarah Camp, Gerhard Wittmann e Veith Von Fürstenberg.



Este texto vai para Mônica que me levou ao cinema em uma tarde chuvosa de São Paulo, e me ajudou a realizar um desejo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Promoções e Brindes

No final da década de 50, a Coca Cola lançou uma promoção que consistia em premiar aos seus consumidores (crianças), com miniaturas dos personagens do Walt Disney. Bastava você juntar sete tampinhas que você poderia trocar pelos seus personagens queridos. E Era o Mickey, a Margarida, o Pato Donald, o Pateta, o Jumbo, a Sininho etc. Tínhamos as sete tampinhas e era só esperar o caminhão da Coca Cola chegar para trocar. Logo em seguida a Pepsi Cola lançou a campanha com a miniatura dos esportes Olímpicos. Depois veio as miniaturas dos refrigerantes. Meu irmão mais velho colecionava caixa de fósforo. Tinha também os álbuns de figurinhas, com as celebres figurinhas carimbadas. Então eu também aprendi a colecionar.

Se ser promonauta, concurseiro, ou seja lá como queiram me chamar, é uma doença, foi assim que me contaminei.

Eu sempre gostei de promoções e brindes. Aquela história de compre dois e leve três sempre me atraíram. Programas de Rádio que davam brinde para quem participava, pergunta premiada, responda o nome da música. Sempre participei. Comprar e ganhar brinde sejam lá o que for: Lápis, caneta, caneca etc. Brindes para assinante de jornal, ingressos para peça de teatro, pré estreia de filmes, ingressos para cinema. Camisetas promocionais, livros.

Com o advento da internet as possibilidades multiplicaram. As promoções são encontradas com mais facilidade e a globalização permiti que você participe de promoções de todas as cidades brasileiras e algumas no exterior.

As promoções chamadas culturais, onde você tem que escrever uma frase, contar uma história são as que mais me agradam. Fazem-me lembrar das minhas professoras primarias que nos mostravam uma gravura e tínhamos que fazer uma composição, descrevendo a cena e desenvolvendo a nossa criatividade.

O Brinde pode não ser lá grandes coisas, mas ver o seu nome na lista dos ganhadores é como tirar dez na Composição.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

COM OS DIAS CONTADOS

Final e início do ano é a época em que sempre, fazemos um balanço de tudo que aconteceu nas nossas vidas. Bom: Este ano não vou me perder na tentativa de classificar as dez coisas que eu mais gostei ou deixei de gostar. Simplesmente vou comentar duas coisas que me emocionaram neste ano (dentre muitas coisa).
O primeiro foi o filme “A partida” (Okuribito) que comentei no princípio do ano. Ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009 foi um dos melhores filmes com o tema da morte que já assisti. A pessoa morta é tratada com tanto respeito e carinho, que emociona qualquer um que esteja vendo o filme. Eu diria que é um dos melhores ou o melhor filme que eu já vi.
E foi pensando neste filme, que encontrei este artigo da Deia Januzzi em sua coluna Coração de Mãe, no caderno Bem viver do Jornal Estado de Minas.
Ela fala de outro filme, que retrata também a morte: Antes de Partir. Como o seu texto foi a segunda coisa que me emocionou neste princípio de ano e é lindo, vou transcrevê-lo aqui.

Com os dias contados
Depois de assistir três vezes ao filme Antes de partir, com Jack Nicholson e Morgan Freeman, tive vontade de fazer também a minha lista se soubesse estar com os dias contados. No filme, os dois atores dividem o quarto de um hospital, ambos com mais de 70 anos e o diagnóstico de câncer incurável. Eles, então, resolvem viver tudo aquilo que sempre sonharam e não tiveram tempo. A partir da lista de desejos de um deles, os dois partem para concretizar os sonhos.
E você, o que faria antes de partir? Acredito que eu gostaria de fazer coisas simples, banais. Ou como diz Mary em seu novo livro, cujo título é Preciosas coisas banais. Nem pular de paraquedas nem ir ao topo do Himalaia nem vender e gastar tudo para viajar pelo mundo. Não, acho que iria correndo para casa ver o meu filho, dançar sem parar e dizer: "Adoro música. É a música que me faz viver e ter entusiasmo de acordar a cada dia." Então, iria ficar ali com ele dançando, girando, rindo até cair no chão, embriagada pela melhor música brasileira.
Cumpriria algumas promessas, como escrever o prefácio para o livro Velas ardentes, de José Augusto, de Sete Lagoas. Ele pede urgência e conta que gostaria de dar o título Depois do fim para o livro, mas suas filhas protestaram. E eu também. José Augusto tem glaucoma, que o impede de fazer o que mais gosta, ler e escrever, mas eu, José Augusto, começaria já o prefácio assim: "Ele vê mais do que qualquer um pode ver...".
Se, por acaso, estiver num hospital como os dois personagens do filme, já disse e deixei escrito: arranquem-me do hospital, tirem tubos e toda a parafernália tecnológica, porque quero ter o direito de morrer em paz, principalmente se estiver velha. Arranquem-me do hospital, onde não posso estar perto das coisas simples, como o vento no rosto e o afago do sol. Levem-me para Moeda, onde ficarei ouvindo o tambor tocado pela minha amiga da montanha até o último suspiro.
Se precisar, vou convocar o médico José Ricardo de Oliveira, dos cuidados paliativos, para que ele possa olhar por mim enquanto lê um conto de Rubem Alves que diz assim: "Um velhinho querido, de 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama – de repente, um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final. Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a reverência pela vida é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?".
Se pudesse, decretaria o fim dos CTIs para pessoas idosas (ou Centro de Tristezas Indizíveis, como definiu o meu amigo e terapeuta holístico Marco Aurélio Cozzi). Se fosse o último dia da minha vida, faria uma via-sacra nos hospitais e sequestraria todos os velhos que estão entubados e os levaria para passear pela cidade, mesmo que fosse o último ato de minha vida. Roubaria todos os velhos hospitalizados e os levaria para a Praça da Liberdade, onde estão as rosas e as fontes luminosas. No coreto, colocaria uma banda para tocar antigas canções e faria com que eles andassem pela grama com os pés descalços.
Se estivesse perto do fim, voltaria a rezar. Faria uma oração sem dogmas e sem a ortodoxia das igrejas institucionalizadas. Seria uma conversa sagrada, dessas que a gente tem só com o que há de mais elevado em nós mesmos. Nessa conversa com jeito de oração, pediria que o mundo tivesse menos gente e menos carros, que as pessoas se preocupassem mais com as outras, que os jovens tivessem oportunidades e voltassem a sonhar e que as crianças fossem educadas por adultos menos neuróticos e deprimidos.

Faria um hino às mulheres que carregam filhos e sacolas até suas casas no alto das favelas. Pediria pelas mães que sofrem com a morte dos filhos. Gritaria muito, bateria tampas de panelas umas nas outras para fazer muito barulho. Ou mergulharia no mais profundo silêncio do meu ser para que pudesse contar os minutos que me separam da eternidade. No mais, não deixo nada para depois. Celebro o ritual da vida todos os dias: se assim o desejar, tomo o melhor de todos os vinhos numa segunda-feira, na terça me apronto toda para ir ao trabalho, na quarta, danço sozinha ao som da música cigana e degusto a comida dos deuses numa quinta, e na sexta-feira fico sem fazer nada. E assim vou festejando a solidão de viver!