sábado, 14 de novembro de 2020

Minha avó tecia o mundo

 



De repente a gente se encontra em um livro. O bordar, o tricotar, o pintar, faz parte da história da nosso Vó, Tia, irmã mais velha...

As mãos constroem belezas em formas de bordados, as linhas coloridas preenchem os riscos e rabiscos dando origem a panos de prato, toalhas e guardanapos.

Eu me lembro dos lenços de cambraia de linho, onde eram bordados os nossos monogramas, e a gente ganhava de presente. As iniciais do seu nome perpetuavam o carinho da sua vó.

É isso que Pablo Moreno nos mostra com poesia, em seu livro. Uma delicadeza de texto que é preenchido com as ilustrações de Carla Furlanetto e Maria Helena Furlanetto.

Um livro para ler, ver e sentir no coração.

José Marcos Ramos

 

sábado, 7 de novembro de 2020

Solo - Álbum das glórias musicais

 



“Solo”

Amigos nos dão outros amigos e a gente vai transbordando de amigos.

Malluh Praxedes me apresentou Genin Guerra,

Juarez Moreira me apresentou Genin Guerra,

Tavinho Bretas me apresentou Genin Guerra e

Andréa Haddad me apresentou Genin Guerra.

Conheci a sua obra, fiquei encantado. Visitei exposição, acompanhei seus trabalhos nos jornais e nas redes sociais.

Queria um trabalho dele na parede da minha casa!

Um dia ele me conta do seu projeto de um livro. Fico na expectativa...

De repente surge “Solo - Álbum das glórias musicais”, onde Genin nos presenteia com uma verdadeira obra de arte, acompanhada de textos ilustrativos de quem verdadeiramente ama música.

Um livro para ver e ouvir. As fotos das caricaturas de cada página nos saltam aos olhos e os textos nos fazem ouvir as obras de cada compositor retratado, nem que seja na memória.

Uma das estantes da minha biblioteca enriqueceu.

José Marcos Ramos

terça-feira, 14 de julho de 2020

Carta de uma árvore


“Que tempos são esses, em que
Falar de árvores é quase um crime
Pois implica silenciar sobre tantas barbaridades? ”

BB.

Hoje recebi uma carta de uma árvore.

 A autora, Ana Maria de Andrade, nos faz lembrar das nossas árvores da infância. Na minha casa tinha um pé de abacate, que além da fruta, dava sombra ao chão que pisávamos. Quantas aventuras vivemos...

Ana poeticamente, se transveste de árvore para falar de meio ambiente, sustentabilidade e ecologia para crianças.

 É um livro para interagirmos com as nossas crianças contando as nossas experiências infantis. Afinal quem nunca plantou uma árvore?

Para ilustrar o livro, artista plástica que é, usou folhas e flores de árvores numa combinação de cores e matizes como encontramos na natureza.

Folhas e flores se transformam em formigas, joaninhas e pássaros. Uma ilustração que reflete o texto.

Vale a leitura, vale conversar sobre a leitura.

José Marcos Ramos.

 

 


Atum o Gato Grato


Gratidão é a palavra de ordem no livro de Thais Laham Morello.
A história das sete vidas do gato grato é encantadoramente infantil, mostrando o reconhecimento a alguém por algo bom.
A cada página, a ilustração de Juliana Basile vai enriquecendo o texto da Thais.
Um livro visualmente bonito. Encantador para as crianças e adultos que contam histórias para as crianças.
Gratidão.
José Marcos Ramos

domingo, 5 de julho de 2020

O FANTÁSTICO ARROZ DE FILOMENA


 

Maurilo Andreas e Sophia Comelli, pai e filha, escreveram a quatro mãos esta linda história de faz de conta.

Na história eles nos ensinam a ver além das aparências. Além do preconceito, muito além do feio e do bonito.

É uma história para ser lida, como quando a gente cozinha, em fogo brando, provando o tempero e deixando o aroma penetrar suavemente por todo nosso sistema respiratório e nos abrir o apetite.

É uma história que encanta as crianças, me fez lembrar as histórias que mamãe contava... Era uma vez...

As ilustrações de Rebeca Luciani, saltam aos olhos, valorizando cada parágrafo da narrativa.

Um livro bonito.

Ps. Me lembrei do Pequeno Príncipe: “ Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. ”

José Marcos Ramos


sexta-feira, 3 de julho de 2020

Ressignificação

 

Aprendi uma palavra nova: Ressignificar.

Atribuir um novo significado, dar um sentido diferente a alguma coisa.

Atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.

No Livro “Ludmila a lagartinha maratonista”, Rosamares da Maia, com um estilo próprio e bem característico, consegue ressignificar as dificuldades que a personagem principal Ludmila, passa pela vida.

É uma daquelas obras literárias, para crianças que encanta aos adultos.

As ilustrações de David Queiroz colorem o texto com uma suavidade poética.

Vale a pena ler junto com as crianças e ensinar/aprender os valores para conviver com as diferenças.

Boa leitura!

José Marcos Ramos


sexta-feira, 26 de junho de 2020

Tenho um amigo



Vários amigos passaram pela minha vida. Uns se foram outros estão. Em cada momento da vida um amigo especial.

Sandra Ronco em seu livro “Tenho um amigo” fala de um amigo especial, uma amizade criada dentro do coração e vivida em plenitude enquanto a presença enchia de amor o cotidiano.

De repente a amizade se torna memória. Aquela ausência, que se torna presença em cada ato do dia a dia.

Sempre me inquietou a mãe enterrar o filho. Desde o novo testamento, quando Maria sepulta o filho, até as notícias de jornais. É uma dor que eu não consigo traduzir, mas sinto em cada poro da minha pele. E olha que eu não sou mãe. Mas já fui filho. Hoje sou pai e avô.

Sandra Ronco conseguiu ressignificar a perda.

Ela ilustrou o seu livro com aquarelas compostas de desenhos seus e do seu filho. Um encontro de dois caminhos onde um complementa o outro.

Pronto! Ficou tudo lindo, o texto, as ilustrações e o hino de exaltação à amizade. Um livro pra mim, pra você e para cada criança que há em nós, aprender a conviver com a ausência de algum amigo.

 

José Marcos Ramos

 


terça-feira, 23 de junho de 2020

Brincadeiras Poemantes


 

-Vô, de que você brincava quando era criança?

Voltei na minha infância para responder a pergunta da Júlia.

Meu Deus! Como era bom e quantas brincadeiras vieram à minha memória...

Rouba bandeira, Queimada, Carrinho de rolimã, Pular corda, Soltar papagaio, Carrinho, Bolinha de sabão, Boca de forno e tantas outras...

Hoje chega às minhas mãos o livro "Brincadeiras Poemantes" onde o autor José de Castro faz esta mesma reflexão de uma forma bastante lúdica, brincando com as palavras em forma de poesia.

Repensar as nossas brincadeiras em forma de poesia é de um lirismo emocionante. As crianças vão adorar as brincadeiras que não conhece e valorizar as que elas já conhecem.

E as ilustrações? Ivan Coutinho nos retrata em cada poema valorizando cada traço. É lindo ver as misturas de raça em cada ilustração, mostrando a pureza das crianças em suas brincadeiras.

Dá vontade de reunir todos os nossos colegas de infância e brincar numa grande roda cantando cantigas de roda.

José Marcos Ramos

#brincadeiraspoemantes  #josedecastro #Ivancoutinho


domingo, 21 de junho de 2020

O arroz Maluco


 

Um prato de arroz motivou Lara Rabello Bavier, de sete anos, a escrever com muita criatividade um livro que fala das diferenças.

Com seu olhar infantil a autora vai nos mostrando a diversidade não só do arroz, mas também das pessoas.

A aceitação de diferenças e a amizade são temas presente na história.

O livro tem belas ilustrações de Liv Santos e é bilíngue em Português e Inglês.

 

José Marcos Ramos


Dr. Urubu e outras fábulas




Um diálogo entre crianças e animais. Ferreira Gullar poetisa estas conversas e mostra as diferenças, muitas vezes desiguais, entre homens e animais. Com um humor peculiar, os diálogos encantam adultos e crianças.

Poesia pura.

As ricas Ilustrações de Cláudio Martins complementam as fábulas enriquecendo cada página, com um traço lindo, fazendo o livro ser bom para os olhos.



José Marcos Ramos

Meu pezinho de grama


 

Ancestralidade é assim que se chama a nossa história com relação aos nossos antecessores. Histórias que nossos pais nos contam sobre nossos avós, bisavós, tataravós.

O Autor, Sebastião Camilo Borges, leva as crianças a se aventurar por estes caminhos através de um pezinho de grama.

Um bom motivo para refletirmos, sobre de onde viemos, como viemos e para onde vamos. Uma lição para a garotada.

As Ilustrações de Antônio Oliveira enchem os olhos e as páginas do livro.

José Marcos Ramos


sábado, 13 de junho de 2020

Dandi e a árvore palavreira





Uma história que pode ser minha ou sua, ou de qualquer criança que teve a oportunidade de conviver com seu avô.
Dandi nasceu e cresceu em um sítio, mas poderia ter nascido em qualquer lugar do mundo, contando que nascesse em uma família.
Dandi teve pai, mãe, irmãos, tios... e principalmente avô.  Teve uma família!
Criança pobre que não pôde ir à escola, aprendeu a ler e a escrever com uma das tias. E principalmente aprendeu a ouvir.
O avô, um dia lhe apresentou a árvore palavreira...
E a sua história vai rolando mansamente nas palavras da autora, Ana Cristina Melo, e nos envolvendo e nos transportando para a nossa infância, seja ela igual ou diferente da infância de Dandi.
A autora consegue isso, nos transportar para a nossa infância, apesar do livro, ser endereçado às crianças.
As crianças certamente vão se identificar com a vida familiar, com o carinho, respeito e sabedoria dos mais velhos que Patrícia Melo ilustrou tão bem.
Foi assim que li o livro, com esta saudade da infância de quem já ganhou o mundo.
José Marcos Ramos.


sexta-feira, 12 de junho de 2020

Um Presente Fabuloso




Sil d!Paula com a leveza de todas as mães, nos fala do presente que é ser mãe. Nos conta como o amor nos presenteia com um ser que muda a nossa vida e é capaz de transformar o mundo.
É um livro infantil, mas daqueles que provavelmente vai emocionar mais quem está lendo para a criança do que a própria criança.
Eu leio para os meus netos, mas me envolvo tanto com a história que acho que os autores escrevem para mim.
O livro da Sil é todo bonito, as ilustrações da Sandra Ronca (ainda vamos falar muito dela) complementa de forma singela toda a narrativa, com uma leveza de outra mãe.
O Livro ainda nos presenteia com canções da Sil que são outras histórias de amor.
José Marcos Ramos

terça-feira, 2 de junho de 2020

A Terra de todas as idades



Hoje me deliciei com “A terra de todas as idades” livro da Ana Paula Pedrosa com Ilustrações de sua irmã Renata Pedrosa
Classificado como literatura infantil, pra mim é poesia pura, para todas as idades.
O livro é um hino de amor à celebração de aniversário. Não àquela data especifica, mas aos 365 dias de aprendizado que se completa em um ano.
A personagem principal faz sete anos, mas os amigos são de todas as idades, cada qual com seu aprendizado.
As autoras nos faz percorrer cada página do livro, como uma celebração, uma festa, entre texto e ilustração.
Feliz aniversário Heloisa!

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Para o Miguel


(“Parafraseando”, Alceu Valença e Fernando Pessoa.)
O Primeiro sinal que ele viria, foi em São Paulo.
A gente acabara de ver o Música de Brinquedo
Ainda estávamos sobe a emoção do som da Fernandinha e Patufú.
E eu já o queria brincando no meu quintal...
Mas de repente o seu cavalo alado pastou para longe...
 E logo ouvimos a voz do anjo dizendo: não duvide!
E foi como uma manhã de domingo, que novamente ouvimos o teu sinal.
E ele chegou...
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz no braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos,
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
José Marcos Ramos


Um mergulho feminino no Pequeno Príncipe




A Pequena Princesa é um mergulho feminino no universo do Pequeno Príncipe feito por Carlos Gomes.
Sou aficionado pelo Pequeno Príncipe, (todo mundo que me conhece sabe disso). Coleciono edições do livro em idiomas e dialetos nos quais ele já foi traduzido. Todo e qualquer escrito sobre esta obra me interessa, citações e artigos literários.
Fui contemplado pelo autor com, A Pequena Princesa um  livro de apresentação bonita, com ricas ilustrações de Lhaiza Morena Castro.
O texto de Carlos Gomes flui suavemente a partir da dedicatória. Assim como no Pequeno Príncipe a leitura tem que ser pausada, digerida capítulo por capítulo, para que entendamos a proposta de mergulho do autor. Ele mergulha fundo, nos trazendo à tona toda beleza do Pequeno Príncipe na sua visão feminina de cada citação, cada fragmento, da obra de Saint-Exupery.
Boa Leitura.
José Marcos Ramos

O Menino das cem palavras


A autora Marina Ferraz, brinca com as palavras com uma sonoridade de quem vive cantando. Cantora e compositora do Trio Amaranto, Marina faz do menino das cem palavras um hino de amor ao verbo, ao substantivo, ao adjetivo, ao pronome, ao artigo e ao numeral. Não esquecendo a preposição, conjunção, interjeição e advérbio. Tudo fica encantado neste segundo texto da Marina, nos fazendo voltar à nossa infância. Primeiro a palavra “dita” depois o encantamento da alfabetização. Um texto com muito mais de cem palavras, cem sentimentos que rolam em cada parágrafo da história de Adendo. Um livro para crianças e adultos se divertirem... História para os avós contarem aos netos... História para nós, adultos, lermos de uma sentada só, e sorrir e chorar. Adendo: O livro já nasceu com uma adaptação para o teatro. Flávia, Lúcia e Marina brilham em cena, acompanhadas do Thiago Corrêa e Dani Braga. Outro Adendo: O livro vem acompanhado de um CD com as músicas e o texto da adaptação para o teatro. José Marcos Ramos * 

*José Marcos é fã incondicional do Trio Amaranto.

Quarentena


Meus fantasmas estão em quarentena comigo. Às vezes eles conversam comigo nas línguas que domino. Fazem-me relembrar erros e acertos. Já não me assusto, os coloco no varal e deixo-os ao vento que brota da fresta da janela.
Assim caminho nesta quarentena, limpando os livros da estante, relendo trechos dos livros antigos, descobrindo livros que não li.
Entre romances e poesias releio a vida dos santos, meu Deus! Como é sofrido ser santo!
Vou atrás da mitologia grega, é mais interessante, heroico. Fujo das tragédias, fico apenas com o lírico, o canto da sereia.
De repente surge em minhas mãos o Dom Casmurro e eu já nem sei mais se Capitu traiu o Bentinho ou se foi só uma divagação do Alienista lendo Memórias póstuma de Brás Cubas e Capitu era a Helena.
E nestes Cem anos de Solidão (é o que parece esta quarentena) com Crônica de uma morte anunciada só fica o amor nos tempos de cólera. E Viva! Gabriel Garcia Marquez.
E Já dizia João Cabral de Melo Neto: Como aqui a morte é tanta, só é possível trabalhar nestas profissões que fazem da morte ofício ou bazar.
O resto fica em casa! Para evitar a Morte Severina.

José Marcos Ramos