domingo, 18 de dezembro de 2011




Sinopse - Um Homem de Sorte - Nicholas Sparks

“Mas não estava em outra época e lugar, e nada daquilo era normal. Trazia a fotografa dela consigo há mais de cinco anos. Atravessou o país por ela.” “Era estranho pensar nas reviravoltas que a vida de um homem pode dar. Até um ano atrás, Thibault teria pulado de alegria diante da oportunidade de passar um fm de semana ao lado de Amy e suas amigas. Provavelmente, era exatamente isso de que precisava, mas quando elas o deixaram na entrada da cidade de Hampton, com o calor da tarde de agosto em seu ápice, ele acenou para elas, sentindo-se estranhamente aliviado. Colocar uma carapuça de normalidade havia-o deixado exausto. Depois de sair do Colorado, há cinco meses, ele não havia passado mais do que algumas horas sozinho com alguém por livre e espontânea vontade. (...) Imaginava ter caminhado mais de 30 quilômetros por dia, embora não tivesse feito um registro formal do tempo e das distâncias percorridas. Esse não era o objetivo da viagem. Imaginava que algumas pessoas acreditavam que ele viajava para esquecer as lembranças do mundo que havia deixado para trás, o que dava à viagem uma conotação poética. prazer de caminhar. Estavam todos errados. Ele gostava de caminhar e tinha um destino para chegar.


Quer ganhar um exemplar?

Regras 


1. Residir em Belo Horizonte (ou ter um endereço de entrega aqui);

2. Seguir OBRIGATORIAMENTE o blog Manu Propia (Para isto, basta clicar no botão SEGUIR nos 'Seguidore” à direita):

3. Seguir o @jramos871 e o @Novo_Conceito no Twitter;

4. Deixar um comentário nesse post para validar sua participação, com seu nome de seguidor no twitter e no blog e e-mail.

5. Divulgar a frase:

Quero o livro "Um Homem de Sorte" de Nicholas Sparkskit que @Novo_Conceito e Blog Manu Propria estão sorteando – http://marcoszinho.blogspot.com/ "

(Por favor, "retuitem" com responsabilidade, para evitar o spam!

LEMBRANDO QUE:

- O Sorteiro terá inicio hoje 18/12/2011 e termina no dia 20/01/12
- As despesas de envio são por conta do Blog , que terá 30 dias para enviar o prêmio. Por isso, só aceito participantes residentes em BH ou que tenham algum endereço de entrega aqui,.

- O ganhador do sorteio terá 3 dias para responder a DM que eu enviarei no twitter e no e-mail, com os dados para entrega. Caso isso não ocorra, o sorteio será feito novamente.

- Se no final da promoção, o vencedor não tiver seguido todas as regras, será desclassificado e farei um novo sorteio!



BOA SORTE A TODOS!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Show em homenagem ao crítico musical RAFFAELLI


Artistas mineiros fazem show em homenagem ao crítico musical RAFFAELLI – Dia 19 no Sesiminas
Imagine no mesmo palco Célio BalonaJuarez Moreira, Nivaldo Ornelas, Túlio Mourão, Paulo Braga, Kiko Continentino, Geraldo Vianna, Celso Moreira, André Limão Queiroz, Esdra Ferreira Nenen, Mauro Rodrigues, Chico Amaral, Cléber Alves, Enéias Xavier, Magno Alexandre, Cid Ornellas, Renato Saldanha e tantos outros tocando por quase três horas seguidas!

Pois músicos de Minas Gerais estão se reunindo para prestar uma super homenagem a um dos maiores críticos musicais que o Brasil conhece: José Domingos Raffaelli.

Esses músicos se revezarão no palco, tocando em duos, trios e quartetos, apresentando músicas autorais instrumentais.

A história de Raffaelli com a música de Minas vem de longa data: desde que conheceu a música produzida por aqui, quando trabalhava no Jornal do Brasil escrevia sem poupar elogios a diversos segmentos da música mineira. Depois, ao transferir-se para o jornal O Globo dedicou muitas de suas críticas ao que se produzia por aqui. Raffaelli publicou no O Globo sobre o cd “Aquarelas – A Música de Ary Barroso”: “Os mineiros Nivaldo Ornelas (saxes, flauta e voz) e Juarez Moreira (violão e guitarra) homenageiam Ary Barroso num disco fascinante, agregando a Orquestra de Câmara Sesiminas ao seu quarteto. O repertório evoca uma época nostálgica, mas o tratamento não tem qualquer ranço de saudosismo. Nivaldo e Juarez perpetuaram alguns dos melhores solos de suas carreiras, com um nível elevado de imaginação melódica. Os arranjos de Nivaldo e Juarez projetam emoção sobre a atmosfera lírica das cordas...O samba patriótico “Rio de Janeiro” é inteiramente transformado pelo trio Juarez, Nivaldo e Nenen, este com total domínio da bateria, confirmando a alcunha de “o Kenny Clarke brasileiro”.

A ideia de homenagear Raffaelli partiu dos próprios músicos em virtude do jornalista, crítico e pesquisador musical ser um dos que mais conhece a música brasileira e internacional e pelo respeito que imprime no meio artístico. Homenageá-lo é um prazer! - dizem quase que em uníssono os músicos que participam do show.

SERVIÇO
Nome do show: Show Instrumental em Homenagem a Raffaelli
Data: 19 de outubro de 2011 – quarta-feira
Horário: 19 horas
Local: Teatro Sesiminas
Endereço: Rua Pe. Marinho, 60 – Santa Efigênia
Ingressos: R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira)


JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI

Nascido em 1936, o jornalista, radialista e crítico musical José Domingos Raffaelli conseguiu unir o útil ao agradável em sua carreira profissional, ficando próximo a uma arte que desde a infância o impressionou: o jazz. Escreveu para diversas publicações nacionais e estrangeiras, produziu eventos musicais e programas de rádio e realizou inúmeras palestras e cursos, ganhando alguns prêmios, como o concedido pela International Association of Jazz Educators (IAJE), em 1999, como o melhor crítico desse gênero musical fora dos EUA, e outro pelo Centro Cultural San Martin, de Buenos Aires, em 1989, “pela valiosa contribuição ao jazz”.

Em 1976, venceu um concurso de abrangência internacional da revista americana Down Beat, considerada a “bíblia” do jazz, com matéria que lhe valeu a premiação de US$ 1.500, e em 2002, em parceria com Luiz Orlando Carneiro, escreveu o “Guia do Jazz em CD”. Também foi responsável pelo primeiro artigo sobre bossa nova no Rio de Janeiro, que escreveu, em 1959, para o jornal Última Hora.
Raffaelli foi jurado do Prêmio BDMG-Instrumental por nove anos consecutivos, dando ao prêmio a alcunha de um dos mais significativos do país.
Atualmente, seleciona suas 50 melhores críticas para um livro, que sairá pelo SESC-SP.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Jornada A história de quatro irmãs e uma viagem inacreditável.

Autora: Erin E. Moulton
Titulo: A jornada
ISBN: 9788563219534
Selo: NOVO CONCEITO 
Ano: 2011
Edição: 1
Número de páginas: 200
Formato/Acabamento: 16x23x14
Peso: 0.305 kl
Preço Sugerido: R$ 24.90
Área Principal: GERAL
Assuntos: FICÇÃO

Mais um grande lançamento da Editora Novo Conceito, A Jornada. Da escritora Erin E. Moulton. Uma ficção em 200 páginas que nos prende do principio ao fim.
 A Jornada. A história de quatro irmãs e uma viagem inacreditável! “A história começa lá em casa. Na montanha. Cinco quilômetros morro acima em uma rua poeirenta e esburacada, passando pelo pomar de Mr. Benny, logo depois da banca de legumes da Nanny Ann. Estamos no outono, minha estação favorita. E em poucos dias será meu feriado favorito: Halloween. É isso aí, aqui em Canton Creek Turnpike, é tempo de pegar doces e esculpir abóboras.”
A história se passa na montanha, cinco quilômetros morro acima, em uma rua poeirenta e esburacada. É outono, dias antes do Halloween, feriado preferido de Maple, uma menina de 9 anos. Maple tem duas irmãs, ou melhor, três. Uma está na barriga e vai se chamar Lily. As outras são Dawn, a mais velha e mais mandona, de 11 anos e Beetle, a pequena bagunceira, de dois. Além delas, moram na casa o pai e mãe das meninas e o cãozinho Xereta. Já é noite e as meninas cumprem o ritual de enfeitar a abóbora para a noite de Halloween. A única preocupação das três e ter a abóbora mais linda e criativa até que mamãe sente dores muito fortes na barriga. Deve ser o bebê chegando!!!Mas ainda não é a hora... 

Quando as crianças ouvem histórias sobre lendas, mistérios e milagres, só podemos imaginar – de longe – o que estes contos podem significar em suas mentes. A história de A jornada surge assim: de uma senhora misteriosa, que vive entre as águas da floresta e é capaz de realizar milagres, a uma linda e comovente narrativa sobre o amor entre irmãs. Ao nascer fraquinha, com a vida em risco, Lilly desperta em suas irmãs uma necessidade heróica de providências. Tocadas pela tristeza que abate a família, elas se arriscam em uma jornada cheia de aventuras e situações muito incomuns. Entre florestas, quedas de água, pântanos, barulhos assustadores e caçadores nada agradáveis, as meninas lutam pela própria vida enquanto buscam a água milagrosa que deverá salvar sua irmãzinha. Um conto de fadas contemporâneo, escrito de forma sensível, que envolve o leitor nas maluquices das garotas e que é capaz de encantar e enternecer.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Árvore da Vida


Eu ainda me lembro da voz do meu pai e da minha mãe, apesar da falta de memória geral que tenho. Apesar de Mamãe ter morrido quando eu tinha quatorze anos e Papai aos dezesseis, eu me lembro de algumas conversas, algumas cenas do nosso cotidiano. Por mais incrível que pareça não me lembro de momentos de alegria marcante, nem de sorrisos largos. Lembro-me de poucos momentos de carinho deslavados, abraços e beijos. Lembro-me de afeto, principalmente de Papai quando Mamãe morreu.

Tanto Papai quanto Mamãe me instruíam sobre a vida, Mamãe na véspera de sua morte, me deu instruções comportamentais. Papai algumas vezes me falava sobre quais os caminhos eu deveria seguir.

O mote para este pequeno parágrafo anterior, foi o filme a Árvore da Vida, que acabei de assistir. Dirigido por Terrence Malick, com: Brad Pitt (espetacular), Sean Penn, Jessica Chastain (maravilhosa), Hunter McCracken, Larramie Eppler Tye Sheridan, Fiona Shaw.

Um filme surpreendente, longo, 130 minutos, com tudo de belo que a sétima arte nos proporciona: Fotografia, Trilha sonora e boas interpretações.

É um filme complexo, um filme para ser digerido calmamente, talvez seja melhor assistir duas vezes.

A partir da morte de um filho/irmão os protagonistas refletem sobre o sentido da vida, sobre a existência, sobre o universo, sobre DEUS.

Assistam! Se deixem levar pela memória, afinal você também é protagonista desta história.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escritores do Coletivo 21 protestam junto à FMC

Escritores do Coletivo 21 protestam junto à FMC
Reproduzimos aqui a Carta protesto do Coletivo 21:

Belo Horizonte, 6 de julho de 2011.
Exma. Sra.
Thaís Pimentel
Presidenta da Fundação Municipal de Cultura (FMC) da PBH
Rua Sapucaí, 571, bairro Floresta
Belo Horizonte – Minas Gerais

Prezada Thaís,

Na qualidade de cidadãos e integrantes do Coletivo 21 – grupo de escritores brasileiros nascidos em Minas Gerais e residentes nesta capital – vimos, por meio desta CARTA ABERTA (que será veiculada na internet e estará sujeita a adesões), manifestar nossa insatisfação em relação à não realização dos concursos nacionais de literatura Prêmio Cidade de Belo Horizonte e Prêmio João-de-Barro, em 2010 e, por ora, em 2011.
Incorporado à tradição cultural do nosso município, o Prêmio Cidade de Belo Horizonte foi instituído pelo Decreto nº 204/47, em 1947, durante as comemorações do cinquentenário de BH, tendo se firmado, nestas seis décadas, como o mais antigo e tradicional concurso literário do país, premiando e revelando poetas, contistas, romancistas, ensaístas e dramaturgos. Já o Prêmio João-de-Barro foi criado pelo Decreto nº 2.613/74 e logo se consagrou como referência nacional no âmbito das premiações literárias destinadas àqueles que escrevem para crianças e jovens.
Lembramos que Belo Horizonte é por natureza uma cidade de escritores, cenário frequentado ao longo dos tempos por autores do porte de Anibal Machado, Alaíde Lisboa de Oliveira, Carlos Drummond de Andrade, Cyro dos Anjos, Eduardo Frieiro, Fernando Sabino, João Guimarães Rosa, Murilo Rubião, Oswaldo França Júnior, Pedro Nava, Roberto Drummond e Wander Piroli, para citar apenas alguns daqueles que se destacam entre os maiores expoentes da literatura brasileira, tradição que se renova e se mantém hoje.
Sem dúvida, os dois concursos literários promovidos pela PBH ajudaram a consolidar nacionalmente nosso município como referência cultural, terra de intelectuais e artistas, capital de luzes e ideias. Não podemos concordar que, por motivos não colocados a público, não discutidos com quaisquer das partes interessadas, a tradição que aqui se firmou, estimulando e revelando grandes talentos das letras nacionais de diferentes gerações, de Autran Dourado a Antônio Barreto, Duílio Gomes, Carlos Herculano Lopes, Francisco de Morais Mendes, Jeter Neves e Luís Giffoni, seja agora interrompida unilateralmente e sem explicações.
Lembramos que, além de consagrar talentos literários, os prêmios Cidade de Belo Horizonte e João-de-Barro também ajudaram a promover os realizadores, servindo de instrumento para reforçar nacionalmente a imagem da cidade e a reputação de secretários e prefeitos como gestores públicos sensíveis no trato com a cultura e a educação. Estas ações transmitem a mensagem de compromisso com os autores que refletem o mundo contemporâneo, a preocupação com a perenidade do "fazer literário", o incentivo à leitura e a democratização do conhecimento, além de fortalecer o principal elo da cadeia produtiva do livro, ou seja, a criação.
Ao longo de décadas, os prêmios Cidade de Belo Horizonte e João-de-Barro mobilizaram autores em todo o país, além de intelectuais de reconhecida competência envolvidos nas comissões organizadoras e julgadoras. Prêmios literários integram o cenário cultural de municípios, estados e da União, convivendo e reforçando políticas de publicações e a realização de eventos que visam contribuir para o desenvolvimento espiritual do povo e para a ampliação do mercado editorial no país.
Mesmo que algumas pessoas a considerem a menos popular das artes – do ponto de vista comercial –, há que se reconhecer que a literatura perpassa a construção e a manutenção do imaginário regional e nacional, sendo, por isso mesmo, fundamental para firmar a identidade cultural dos povos, principalmente em tempos de globalização. Da oralidade ao texto impresso, em forma de livro ou adaptada para teatro, televisão e cinema, a literatura capta, registra e manifesta o modo de ser, agir e pensar do povo que a originou.
Portanto, vimos publicamente manifestar nossa contrariedade com a inexplicável atitude da FMC e reivindicar – como escritores e cidadãos belo-horizontinos que aqui moram e pagam seus impostos – a manutenção dos concursos literários Cidade de Belo Horizonte e João-de-Barro. No nosso entender, de modo diverso, os dois prêmios literários devem não apenas ser
mantidos, mas, em honra da nossa tradição literária, ser tombados como patrimônio cultural e espiritual do município de Belo Horizonte.
Atenciosamente,

Adriano Macedo

Antônio Barreto

Branca Maria de Paula

Caio Junqueira Maciel

Carlos Herculano Lopes

Cláudio Martins

Cristina Agostinho

Dagmar Braga

Duílio Gomes

Francisco de Morais Mendes

Jaime Prado Gouvêa

Jeter Neves

Jorge Fernando dos Santos

Leo Cunha

Luís Giffoni

Malluh Praxedes

Neusa Sorrenti

Olavo Romano

Ronald Claver

Ronaldo Guimarães

Ronaldo Simões Coelho

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Homem que contempla

Recebi de uma amiga (quão grande é poder dizer que tenho uma amiga) este poema. Poema que chegou na hora certa, me fez chorar mas, também me colocou pra cima. Leiam, reflitam...

O Homem que contempla

Vejo que as tempestades vêm aí
pelas árvores que, à medida que os dias se tomam mornos,
batem nas minhas janelas assustadas
e ouço as distâncias dizerem coisas
que não sei suportar sem um amigo,
que não posso amar sem uma irmã.

E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
atravessa a floresta e o tempo
e tudo parece sem idade:
a paisagem, como um verso do saltério,
é pujança, ardor, eternidade.

Que pequeno é aquilo contra que lutamos,
como é imenso, o que contra nós luta;
se nos deixássemos, como fazem as coisas,
assaltar assim pela grande tempestade, —
chegaríamos longe e seríamos anónimos.


Triunfamos sobre o que é Pequeno
e o próprio êxito torna-nos pequenos.
Nem o Eterno nem o Extraordinário
serão derrotados por nós.
Este é o anjo que aparecia
aos lutadores do Antigo Testamento:
quando os nervos dos seus adversários
na luta ficavam tensos e como metal,
sentia-os ele debaixo dos seus dedos
como cordas tocando profundas melodias.
Aquele que venceu este anjo
que tantas vezes renunciou à luta.
esse caminha erecto, justificado,
e sai grande daquela dura mão
que, como se o esculpisse, se estreitou à sua volta.
Os triunfos já não o tentam.
O seu crescimento é: ser o profundamente vencido
por algo cada vez maior.

Rainer Maria Rilke, In "O Livro das Imagens "

Tradução de Maria João Costa Pereira



Rainer Maria Rilke nasceu em Praga no dia 4 de dezembro de 1875. Depois de viver uma infância solitária e cheia de conflitos emocionais, estudou nas universidades de Praga, Munique e Berlim. Suas primeiras obras publicadas foram poemas de amor, intitulados Vida e canções (1894). Em 1897, Rilke conheceu Lou Andreas-Salomé, a filha de um general russo, e dois anos depois viajava com ela para seu país natal. Inspirado pelas dimensões e pela beleza da paisagem como também pela profundidade espiritual das pessoas que conheceu, Rilke passou a acreditar que Deus estava presente em todas as coisas. Estes sentimentos encontraram expressão poética em Histórias do bom Deus (1900). Depois de 1900, Rilke eliminou de sua poesia o lirismo vago que em parte lhe haviam inspirado os simbolistas franceses, e, em seu lugar, adotou um estilo preciso e concreto, que podemos perceber em O livro das horas (1905), que consta de três partes: O livro da vida monástica, O livro da peregrinação e O livro da pobreza e da morte. Esta obra o consolidou como um grande poeta por sua variedade e riqueza de metáforas, e por suas reflexões um pouco místicas sobre as coisas.

Em Paris, em 1902, Rilke conheceu o escultor Auguste Rodin e foi seu secretário de 1905 a 1906. Rodin ensinou o poeta a contemplar a obra de arte como uma atividade religiosa e a fazer versos tão consistentes e completos como se fossem esculturas. Os poemas deste período apareceram em Novos poemas (2 volumes, 1907-1908). Até o início da I Guerra Mundial, o autor viveu em Paris de onde realizou viagens pela Europa e pelo norte da África. De 1910 a 1912 viveu no castelo de Duíno, próximo a Trieste (agora na Itália), e ali escreveu os poemas que formam A vida de Maria (1913). Logo após iniciou a primeira redação das Elegias de Duíno (1923), obra esta em que já se percebe uma certa aproximação dos conceitos filosóficos existenciais de Soren Kierkegaard.

Em sua obra em prosa mais importante, Os cadernos de Malte Laurids Brigge (1910), novela iniciada em Roma no ano de 1904, empregou imagens corrosivas para transmitir as reações que a vida em Paris provocava em um jovem escritor muito parecido com ele mesmo.

Residiu em Munique durante quase toda a I Guerra Mundial e em 1919 mudou-se para Sierra (Suíça), onde se estabeleceu para o resto de sua vida, salvo algumas visitas ocasionais a Paris e Veneza, concluindo as Elegias de Duíno e escreveu Sonetos a Orfeu (1923). Estas obra são consideradas as mais importantes de sua produção poética. As Elegias representam a morte como uma transformação da vida e uma realidade interior que, junto com a vida, foram uma coisa única. A maioria dos sonetos cantam a vida e a morte como uma experiência cósmica. Rilke morreu no dia 29 de dezembro de 1926 em Valmont (Suíça).

Sua obra, com seu hermetismo, solidão e ociosidade, chegou a um profundo existencialismo e influenciou os escritores dos anos cinqüenta tanto na Europa como na América.

Texto extraído do livro "Cartas a um jovem poeta", tradução de Paulo Rónai, Editora Globo – Rio de Janeiro, 1995.

domingo, 27 de março de 2011

Composição II


Vendo esta foto que foi muito veiculada por ocasião da tragédia no Japão os meus sentimentos turbilharam. A maioria dos comentários que ouvi foi: “Parece brinquedo...”.

Em alguns evangelhos apócrifos que tratam da infância de Jesus, há relatos de Jesus como um menino comum, com poderes de DEUS e as travessuras de criança.

Em um trecho do seu livro: “Historia de Maria, Mãe e Apóstola de seu Filho, nos evangelhos Apócrifos” (Editora Vozes,2006) O professor Jacir de Freitas Faria, relata: Maria chama a atenção de Jesus por ter matado um menino. Veja o texto.

O Pseudo-Evangelho de Mateus 26,1-3 conta que, quando Jesus tinha quatro anos de idade, ele estava brincando com outras crianças, em um dia de sábado. Jesus foi sentar-se e fez sete lagoinhas de barro interligadas por pequenos canais, por meio dos quais, à sua ordem, a água corria da torrente para as lagoinhas e voltava novamente. Outro menino, filho do diabo, repleto de inveja fechou a comporta que controlava a entrada da água e acabou com aquilo que Jesus fizera. Jesus lhe disse: Ai de ti, filho da morte, filho de Satanás! Tu destruíste a obra que fiz? ' E imediatamente o (menino) que havia feito aquilo caiu morto.

Os pais dele se revoltaram contra Maria e José, dizendo: 'Vosso filho amaldiçoou o nosso filho e ele morreu'. Quando José e Maria ouviram aquilo, foram logo ter com Jesus, por causa da revolta dos pais do menino e do ajuntamento de judeus.

José disse baixinho à Maria: “Eu não tenho coragem de falar com ele. Tu repreende-o e dize-lhe: Por que suscitaste contra nós o ódio do povo? E agora devo suportar a exasperação do povo? E aproximando-se dele sua mãe, Maria, rogava-lhe dizendo: Qual foi o crime dele para que morresse? E Jesus respondeu: merecia a morte, já que destruiu aquilo que eu tinha feito.

Sua mãe, então, lhe pediu: 'Não faças isso, meu senhor, pois todos se revoltam contra nós'. Não querendo contristar a sua mãe, com o pé direito Jesus tocou as nádegas do morto e lhe disse: 'Levanta-te, filho iníquo. Não és digno de entrar na paz de meu pai, porque destruíste obra que eu tinha feito'. Então o que tinha sido morto se levantou e foi- se embora. Jesus, entretanto, volta ao seu Jogo levando água pelo canalzinho até as lagoinhas.”



Foi pensando nestas passagens dos evangelhos apócrifos que eu encontrei justificativa para a tragédia do Japão. O menino DEUS brincando. Como brincamos com os nossos carrinhos e aviões e quando cansamos da brincadeira deixamos tudo espalhado, misturado, fora de ordem.

Foi com este sentimento de brincadeira do Menino DEUS, que eu chorei pensando no futuro da humanidade... mas como consolo, lá longe ouvi a voz de José e Maria dizendo: “Menino, limpa tudo e coloca os seus brinquedos no lugar...”.

Espero que ele obedeça.

sexta-feira, 25 de março de 2011

COMPOSIÇÃO

No século passado, quando eu estava no primário (Grupo Escolar) a professora mostrava um cartaz e pedia para a gente fazer uma composição. O cartaz normalmente mostrava uma cena que poderia ser uma paisagem ou uma cena do cotidiano, um desenho de um animal ou de um ser humano. Tínhamos que descrever, contar a história que o cartaz estava mostrando. O autor Rubem Alves aprendeu bem a lição: Tenho duas provas disso: A primeira no livro “O Médico” onde a partir do quadro “O médico” de Sir Samuel Luke Fides, ele faz uma análise filosófica e teológica da arte da medicina.


A segunda é pura imaginação minha. No livro “Ostra feliz não faz pérola” Tem uma crônica intitulada “O que a minha cadela pensa de mim”. Acredito que está seria a composição de um menino artista, ao deparar com um cartaz com a fotografia de uma cadela.



O que a minha cadela pensa de mim

Meu nome é Lola. Ê assim 'que me chamam. Quando gritam o meu nome, sei que me querem perto deles. Psicologicamente posso ser definida como um animal incapaz de mentir ou fingir. Minha alma mora na minha pele. Quando estou alegre, meu rabo abana por conta própria, independente da minha vontade. Quando a alegria é demais, dou umas mijadinhas. Quando estou triste, meu rabo e minha cabeça abaixam. Quando estou com sono, me esparramo no chão, do rabo ao focinho. Tudo se dependura: pele, orelhas, testa, olhos. Meu dono gosta de mim embora fique bravo quando eu pulo para abraça-lo e lhe dou uma lambida. O que é verdade para mim não é verdade para o meu dono. A alma dele não mora na pele. Ele mente. Ele finge. Nunca o vi dar uma mijadinha de felicidade. Talvez ele não seja suficientemente feliz para isso. Às vezes, eu estou deitada do jeito como descrevi e ele está assentado numa cadeira. Ele olha para mim de um jeito diferente. Não é alegria. Não é tranquilidade. Acho que é inveja. Ele gostaria de ser como eu sou, mas tem coragem... Está morrendo de vontade de se esparramar também no chão frio, como eu. Mas não o faz. Fico a pensar: o que o impede?Acho que é vergonha. Os homens têm vergonha uns dos outros. Sou feliz porque não tenho vergonha e faço o que quero. Talvez essa seja a razão por que os homens gostam de ter pets: porque nos pets eles projetam uma felicidade que eles mesmos não têm. Diga-me o pet que você tem e eu saberei como é a sua alma. Os pets têm uma função terapêutica. Bem, eu sou uma cadela, e tudo o que disse foi de brincadeirinha. Porque eu mesma, na realidade, me contento em ser feliz. Não gasto tempo pensando essas coisas...

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Mais Novo Imortal

(foto publicado no EM)
Hoje ao abrir o caderno de cultura do Jornal Estado de Minas, a melhor parte do jornal, me deparei com uma matéria do Carlos Herculano sobre o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras. Marco Américo Lucchesi.


Que alegria! Convivi com ele um rápido naco de tempo nos anos de 1987 quando ele este em BH para uma palestra. Na época eu estudava Grego na UFMG. Ele estava com 24 anos e para mim era um dos mais jovens intelectuais. Ele já sabia tudo. Tinha acabado de publicar: Patmos e outros poemas de Hölderlin. Já falava vários idiomas. Inclusive o italiano que é a minha segunda língua.

Nesta época belo horizonte respirava poesia, principalmente pela tristeza da morte de Carlos Drummond de Andrade, ele era muito amigo da família do Drummond principalmente da sua filha Maria Julieta.

Foi neste clima que apresentei para ele alguns Escritores mineiros, O que me valeu uma dedicatória em italiano no seu livro: All’amico Marcos Ramos, amico nuovo, Che m’insegna gli orizzonte letterari de belo Horizonte.

Com amicia

Do Marco Lucchesi



Na contra capa do seu livro, Carlo Drummond escreveu: “(...) Marco Lucchesi, que, sendo exegeta de Dante, merece o nosso respeito e admiração”.

Maria Julieta Drummond de Andrade escreveu: “Parabéns por haver explorado com tamanha coragem e paixão os belos enigmas de Dante. Não é fácil descer aos infernos, e você o fez com amor e audácia. Depois disso, é claro, você se purificou- e nos purificou”.



Com certeza o Marco Lucchesi não se lembrará disso. A ordem das lembranças é proporcional à importância.

E foi por isso, pela importância que tudo isso teve na minha vida, que hoje o meu dia será mais feliz. Parabéns Amigo! Agora você é imortal como todos os heróis mitológicos que tanto gostamos.

AUGURI!


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Dez Livros que li no ano passado e que você deverá ler se é que não leu.

1- “Aquele Olhar Fora do Corpo”, de Malluh Praxedes. O livro é uma coletânea de crônicas que foram publicadas no site Vitrine Literária e no jornal Diário de Pará de Minas durante os últimos anos. Nele Malluh relembra histórias, fatos e pessoas que povoaram a sua vida. Um livro cheio de sentimentos, gostos e experiências. Malluh consegue encher de poesia o cotidiano. A sua narrativa poética, de uma vida bem vivida, encanta o leitor.


2- “Coração de Mãe”, de Déa Januzzi. Outro livro de Crônicas que nos emociona. Reunidas da coluna do mesmo nome que Déa publica todos os domingos no Jornal Estado de Minas, Coração de Mãe é uma reflexão não só sobre a relação mãe e filho, mas uma reflexão sobre a vida.





3- “A Cabana”, livro de William P. Young editado no Brasil pela Editora Sextante. Tem hora que a gente para e quer saber o sentido da vida. A gente quer respostas para as nossas dúvidas, para os mistérios da vida. Este livro é isso: uma mistura de Teologia, filosofia e literatura. Uma agradável mistura.

4- “Morto até o anoitecer”, de Charlaine Harris, editado pela Editora Ediouro. Uma nova visão dos Vampiros que povoaram a nossa infância e juventude. Livro que deu origem à série True Blood. Um romance gostoso de ler.









5- “Querido John”, de Nicholas Sparks, editado pela Editora Novo conceito é um daqueles Best-Seller que agrada a todo mundo. Um romance que prova que uma paixão pode transformar uma vida. O Amor faz a gente ter um novo olhar sobre a nossa vida.

6- “1808”, de Laurentino Gomes, editado pela Editora Planeta do Brasil, é uma nova e gostosa forma de aprender a história do Brasil. O autor nos faz esquecer o que apreendemos nos compêndios escolares para participarmos da nossa própria história.

7- “CONVÉM SONHAR”, de Miriam Leitão, publicado pela Editora Record. Mais um livro de crônicas. Crônicas que foram publicadas entre 1991 e 2010 no jornal o Globo. Fatos que marcaram a história social,política e econômica do nosso país e que faz a gente ter certeza que convém sonhar.






8- “A duração do dia”, Adélia Prado, publicado pela Editora Record. Teologia em poesia, a experiência de DEUS em cada momento do dia. Ave Adélia!




9- “Leite Derramado”, Chico Buarque, publicado pela Editora Companhia das Letras. Para quem convive com a obra de Chico Buarque desde 1965, através de toda manifestação artística. Música, teatro, e Livro este é mais um para a gente se deleitar. Simplesmente ler e se deixar chorar sobre o leite derramado.

10- “Deus é Meu Camarada” de Cyril Massarotto, editado pela Editora Suma. Também mostra esta procura e encontro com DEUS. O sentido da vida. Mostra para a gente um DEUS humano feito à nossa semelhança.